Superexposição nas redes sociais, você também?

Mariana Borba e Nathália Viegas

14:35 Jorge responde ao post do amigo em seu mural antes de sair. “Saindo de casa. Te espero na Biquinha.” O Parque da Biquinha, em Sorocaba, é um dos atrativos de final de semana. Lá, ele encontrará Gustavo, para que os dois sigam até o litoral paulista. Desliga o computador, afinal, só voltará dali a três dias. Pelo menos é o que postou na noite anterior, em seu perfil do Facebook.

14:53 Homens armados esperam o Audi 5, preto. Placa, confere. O rapaz é idêntico ao das fotos. E eles olharam muitas delas, mais de 500. Esperam Jorge sair do carro, perto do estacionamento. É domingo e, apesar do movimento na área ao redor do parque, um deles aborda o rapaz.

– Ô, Jorge, como você tá, rapaz?
– Cara, foi mal, não to lembrando de você.
– Tem problema não, vai lembrar já já.

Mostra a ponta da arma 45mm. E indica o banco do passageiro para Jorge.

Ficção ou realidade?

O relato é ficcional. O sequestro com certo rapaz de 19 anos no litoral paulista, aconteceu.

“Quadrilha escolhia vítimas para sequestro pela internet, diz polícia.
Em SP, grupo manteve estudante de 19 anos em cativeiro por 5 dias.
Especialista orienta a usar controles de privacidade das redes sociais.”

Os criminosos passavam horas analisando os perfis das vítimas, prestavam atenção principalmente nas fotos que mostravam algum grau de riqueza. Os pais do jovem sequestrado diziam não ter ideia das informações postadas em seu perfil. Além da vigilância constante, os bandidos ainda seguiam as pessoas até bares e restaurantes, já que acompanhavam a rotina dessas pessoas há tempos.

O que é postado é visto

Foto: Nathália Viegas

Foto: Nathália Viegas

De maneira geral, tudo o que se posta, comenta e publica em uma rede social é visto por outras pessoas. Qual a necessidade de tornar público tudo o que se faz? Aquilo que se publica pode ser usado contra você e uma má reputação na internet é difícil de ser apagada.

A resposta nas redes sociais é muito mais abrangente e rápida, o que dificulta a proteção de informações pessoais. Toda essa exposição torna a pessoa vulnerável a qualquer tipo de golpe.

A publicação de fotos que caracterizem a pessoa facilita a realização dos atentados. Um indivíduo que tenha acesso a essas fotos pode praticar o cyberbullyng, fazendo utilização maldosa das fotos. Um criminoso pode fazer uso das fotos para identificar suas vítimas.

A rede social pode interferir também no meio profissional. Muitas empresas buscam informações de seus candidatos em perfis na internet e qualquer deslize pode custar o bom desempenho na carreira. É bom evitar comentários relacionados ao trabalho que comprometam seu profissionalismo ou que passem uma imagem negativa.

Há meios de bloquear o acesso a essas informações, configurando as opções de privacidade. Mas será que isso impede os perigos de uma superexposição nas mídias digitais?

O site www.safernet.org.br dá dicas de como se proteger do desconhecido na internet. São medidas simples que apontam tópicos como: seleção de amigos nas redes, restrição ao acesso às fotos, o que não deve ser publicado, configurações de privacidade e outras medidas para que o seu mural do Facebook não se torne um livro aberto sobre a sua vida.

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